O teatro do progresso

Quando mais as coisas precisam mudar, mais elas parecem decair. Quando mais precisamos de mudança da vida, mais mudamos de canal. Quanto mais infancias são perdidas, mais batemos em nossos filhos. Quanto mais miscigenação, mais preconceituosos ficamos. Quanto mais se precisa de união, mais muros construimos ao redor de nossas casas, assim, nos separamos da vida, seja ela boa, ou não. Quanto mais se pode ver o sol, mais fechamos a janela, muito sol dói os olhos, a escuridão é mais acolhedora. Quanto mais precisamos da vida, mais ignoramos a realidade. Quanto mais violento o nosso mundo fica, mais vendemos nossos votos, e junto com eles, nossa dignidade. Não é a nossa vida que nos interessa, é a capa de revista. Pouco nos importa as mudanças climaticas, queremos mais o rio 40° o ano todo. O mundo esta ao contrário e os olhos estão embaçados. A vida já não é um paraiso tropical faz tempo e faz tempo que o coração do estudante não é incentivado a fazer a mudança. Os filhos desse solo a tempos não veem o sol da liberdade em raios fúlgidos. Nunca houve essa tão ouvida glória no passado, e sem paz no presente o futuro esta condenado ao declinio. Nunca fugimos da luta, vivemos na luta e ninguém nunca bateu no peito por causa disso. Nas margens do Ipiranga nunca se escutou grito do povo heróico, e esse tal povo heróico só vê igualdade na novela, e por ver muita novela, se acostumou a somente ficar só na platéia, sem ação diante de suas próprias vidas. O sol do novo mundo há tempos não vê iluminação e há já tempos não se pode vêr o formoso céu risonho e límpido através da poluição. O símbolo de amor eterno caiu em desuso, e agora o único simbolo no qual pensamos é o cifrão, pensar no próximo anda muito demodê. Com o braço fraco do povo, não há como conquistar a igualdade. O teatro do progresso não se faz sozinho, e o público por sua vez, aplaude de pé.

Deus dos ladrões

Não escrevo sobre religião, e principalmente não a critico. Não sou religiosa, porém e muito mais importante, não critico os que são. Não sou de meias palavras, mas realmente me incomodo com os que não tem palavra alguma, com os manipuladores mas principalmente, com os manipulados, com os que não conseguem ver, nem pensar por si. Falsos pastores, padres pedófilos, bispos corruptos, todos fazem voto de pobreza e castidade, muitos seguem, mas idolatramos logo o que tem uma BMW da garagem ou o que sai no jornal por atentado violento ao pudor, ao meu ver isso não é pobreza, ao meu ver isso não é castidade, muito menos santidade. Mas isso não vira noticia. Após milhares de anos de mortes e perseguições cometidas pela igreja contra quem pensava por si, pessoas continuam vivendo suas vidas para a igreja e não com a igreja, acreditando fielmente em tudo que elas pregam, doando seu dinheiro suado para bancar em alguns casos carros, casas e aviões para suas "santidades". Nos fazem acreditar que queremos tanto passar a eternidade no céu, que para isso valhe a pena viver no inferno, ninguém diz que da terra se faz o inferno e o céu, e que é nosso dever lutar pela mudança, fazer melhor nossas escolhas e construir a esperança. Não somente colocando a fé no divino, e sim em si mesmo. Não são luxuosas igrejas e hospitais decadentes que vão melhorar a qualidade de vida brasileira, mas ignorando isso, damos dinheiro as igrejas e mofamos nas filas dos hospitais, mas mesmo assim. nos achamos no direito de reclamar e crititar, não entendemos, que se queremos a mudança, que ela comece por nós. Manipuladores sempre vão existir, os cegos manipulados é que merecem a extinção.