segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Televisão irrevolucionária do Brasil

A TV brasileira está falhando, e quem a assiste também, por não perceber isso. Enchem sua programação com bobagens, como um reality show armado, um programa que fala apenas sobre a vida dos famosos e outro que fala sobre problemas sociais alheios, e que, por incrível que pareça, ganha toda a audiência de seu público ignorante. Além de tudo ser uma cópia da programação americana, não faz com que seus telespectadores evoluam em nada, pelo contrário. Então você se faz a pergunta: a TV deveria informar, mas tudo que ela faz é deformar. Aliás, até os programas que deveriam informar estão começando a falhar. Vivemos em um mundo muito defeituoso realmente, mas muito maravilhoso também. Ao invés de a televisão nos mostrar esses dois lados, eles apenas exibem o que há de pior: violências e tragédias. Não dão ao povo uma razão pra lutar, e sim para desistir. Nos mostram casos injustos e nos fazem pensar que são causas perdidas. Nos mostram a injusta justiça do Brasil, mas não nos incentivam a querer mudanças. No jornal passa o deputado solto junto com os PM's de vigário e o pé rapado atrás das grades por roubar uma pasta de dente para seus filhos terem higiene, junto com outros trinta na mesma cela que não podem comprar a justiça. Por isso ficam esperando que ela se faça sozinha, já que ninguém a faz. Porque claro, nada melhor do que mostrar tragédias para subir uns pontos na audiência. Mas é claro que nas novelas de horário nobre todo mundo é feliz no final e a justiça se faz sozinha. Nada melhor do que uma boa maquiagem na pobreza para provar para os descrentes que somos realmente felizes, que pobre recebe pagamento em dia e de quebra ainda consegue uma casa em Búzios, como em um sonho. E enquanto entreteem seu público, mostram um lado deformado da sociedade, mas para que se encomodar com ele? Se no fim tudo é justo e o pobre e rico vivem em paz, da mesma maneira. É o típico: os personagens se acomodam numa boa vida em seus casarões e apartamentos nas maiores metrópoles do país, com seus fúteis problemas. Enquanto isso, milhares de pessoas os assistem nas regiões mais pobres do Brasil, sonhando com essa boa vida que os admirados levam, provocando uma forte ilusão. Essa gente humilde acaba arrumando uma pequena bagagem e se muda para a terra dos riquinhos, abandonando suas raízes e família, acreditando inutilmente que terá vida ali. Mas não. A maioria acaba de baixo da ponte ou pedindo esmola no sinal, sendo totalmente ignorada. E como seus ídolos da telinha, acaba se acomodando. Mas nessa novela da realidade, a vida é miserável. É uma crueldade imensa. Não regionalizam essas novelas da TV por não estarem dispostos a abrir mão da audiência do resto do país, causando essa falsa esperança a humildes cidadãos. E esse só foi um curto exemplo do que a televisão de hoje é capaz de fazer. E quando isso vai mudar? Quando a televisão servirá de instrumento para libertarem nossas pequenas mentes vazias dessa alienação patética?

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